Abismo

Estou num caminho estreito. De um lado uma parede de rocha, às vezes lisa e sem apoios, às vezes com saliências em que se agarrar. O pé escorrega em direção ao abismo do outro lado, um escuro que parece não ter fim, mas tenho minhas certezas nas quais me segurar. Por ora há ganchos que são as mãos que me apertam firme e me ajudam a me equilibrar. Sigo nesse sufoco, me apoiando em tudo que há. Sei que no fim existe uma luz e que o caminho voltará a ser largo, por onde não terei medo de andar.